Febre infantil: quando se preocupar?
A febre infantil é uma das principais causas de preocupação entre pais e responsáveis. Embora seja uma resposta natural do organismo a infecções, é essencial saber quando a febre indica algo mais sério e requer atenção médica.
O que é considerado febre em crianças?
A febre infantil ocorre quando a temperatura corporal da criança está acima do normal, geralmente como uma resposta do organismo a infecções, inflamações ou outros estímulos. Mas qual temperatura realmente indica febre? Vamos entender melhor.
Faixas de temperatura corporal
A temperatura normal do corpo pode variar ao longo do dia e de acordo com o método utilizado para medi-la. Veja abaixo as referências médicas:
- Temperatura normal: entre 36°C e 37,4°C
- Estado febril (febrícula): entre 37,5°C e 38°C
- Febre moderada: entre 38,1°C e 39°C
- Febre alta: acima de 39°C
- Hiperpirexia (febre muito alta e perigosa): acima de 41°C
A febre em si não é uma doença, mas um sintoma de que o organismo está lutando contra alguma infecção ou outro problema.
Como medir a temperatura corretamente?
A forma como a temperatura é medida pode influenciar no diagnóstico da febre. Confira os principais métodos:
- Axilar (debaixo do braço): método mais comum e seguro, com febre sendo considerada acima de 37,5°C.
- Oral (boca): geralmente mais precisa, mas não recomendada para crianças pequenas; febre acima de 37,8°C.
- Retal (ânus): mais confiável para bebês e crianças pequenas; febre acima de 38°C.
- Timpânica (ouvido): menos utilizada devido à necessidade de um termômetro especial; febre acima de 38°C.
Quando a febre deve ser monitorada de perto?
A febre indicar situações que merecem atenção, como:
- Em bebês com menos de 3 meses, qualquer febre acima de 38°C deve ser avaliada por um médico imediatamente.
- Se a febre persistir por mais de 72 horas, mesmo sem outros sintomas graves, é recomendável buscar um pediatra.
- Se a febre ultrapassar os 39°C, pode indicar infecções mais sérias e requer monitoramento cuidadoso.
Quais são os 4 tipos de febre?
A febre pode ser classificada de acordo com a variação da temperatura ao longo do dia e sua intensidade. Conhecer os diferentes tipos de febre ajuda a entender a gravidade da condição e como monitorá-la corretamente.
Quais são os 4 tipos de febre?
A febre pode ser classificada de acordo com a variação da temperatura ao longo do dia e sua intensidade. Conhecer os diferentes tipos de febre ajuda a entender a gravidade da condição e como monitorá-la corretamente.
1. Febre contínua
- A temperatura se mantém elevada (acima de 37,8°C) com variações mínimas ao longo do dia (até 1°C).
- Exemplo: pneumonia, febre tifóide.
2. Febre remitente
- A temperatura varia mais de 1°C ao longo do dia, mas nunca retorna ao normal.
- Exemplo: infecções virais como gripe e bronquite.
3. Febre intermitente
- A temperatura oscila bastante, com períodos de febre seguidos por momentos de temperatura normal.
- Exemplo: malária e tuberculose.
4. Febre recorrente ou ondulante
- Episódios de febre aparecem e desaparecem em intervalos regulares de dias.
- Exemplo: infecções crônicas e doenças autoimunes.
Febre sempre é um sinal de doença grave?
Nem sempre. Em muitos casos, a febre é apenas uma resposta natural do organismo a infecções virais, como resfriados e gripes. Porém, febres muito altas, prolongadas ou associadas a outros sintomas preocupantes podem indicar condições mais sérias, como infecções bacterianas.
Dica importante: evite automedicação e sempre consulte um pediatra se tiver dúvidas sobre a febre do seu filho.Quando devo levar meu filho ao médico com febre?
Como já dito, a febre, por si só, não é um problema grave, mas pode indicar infecções ou doenças que exigem atenção médica. Leve seu filho ao pediatra nos seguintes casos:
Sinais de alerta para buscar atendimento médico imediatamente:
- Bebês com menos de 3 meses com temperatura acima de 38°C.
- Febre acima de 39°C em crianças de qualquer idade.
- Febre persistente por mais de 72 horas.
- Febre acompanhada de vômitos persistentes, dificuldade para respirar ou manchas vermelhas na pele.
- Sonolência excessiva, irritabilidade extrema ou convulsões febris.
- Febre que não diminui com o uso de antitérmicos ou que retorna rapidamente após a medicação.
Em caso de dúvida, é sempre melhor consultar um médico para garantir o bem-estar da criança.
Causas comuns de febre em crianças
Infecções virais
As infecções causadas por vírus são as principais responsáveis pela febre em crianças. Elas costumam ser autolimitadas, ou seja, melhoram sozinhas com o tempo e não necessitam de antibióticos.
Exemplos comuns de infecções virais:
- Resfriado comum: pode causar febre baixa a moderada, acompanhada de coriza e tosse leve.
- Gripe (influenza): febre mais alta, calafrios, dor no corpo e tosse intensa.
- Viroses gastrointestinais: febre acompanhada de diarreia, vômito e dor abdominal.
- Mononucleose infecciosa: febre persistente, fadiga e aumento dos linfonodos.
- Roséola: febre alta por 3 a 5 dias, seguida pelo aparecimento de manchas rosadas na pele.
Dica importante: a febre causada por infecções virais geralmente dura de 2 a 5 dias e pode ser controlada com hidratação e repouso.
Infecções bacterianas
Ao contrário das infecções virais, as infecções bacterianas podem exigir antibióticos para o tratamento. Algumas das mais comuns são:
- Infecção de garganta (amigdalite bacteriana ou faringite estreptocócica): febre alta, dor ao engolir e placas brancas na garganta.
- Otite média (infecção no ouvido): febre moderada a alta, dor no ouvido e irritabilidade, especialmente em bebês.
- Infecção urinária: febre sem outros sintomas aparentes, além de dor ao urinar e alteração na cor da urina.
- Pneumonia bacteriana: febre alta persistente, tosse intensa e dificuldade para respirar.
- Meningite bacteriana: febre alta, rigidez na nuca, vômitos e sensibilidade à luz.
Quando suspeitar de infecção bacteriana?
Se a febre ultrapassar 72 horas, for muito alta (acima de 39°C) ou vier acompanhada de sintomas graves, é essencial buscar ajuda médica.
Reação a vacinas
Algumas vacinas podem causar febre leve a moderada como efeito colateral, geralmente dentro das primeiras 24 a 48 horas após a aplicação.
Vacinas que podem causar febre:
- Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)
- DTP (difteria, tétano e coqueluche)
- Pneumocócica
- Meningocócica
A febre pós-vacinal normalmente dura de 1 a 2 dias e pode ser controlada com compressas mornas e hidratação.
Erupção dentária (nascimento dos dentes)
Muitos pais percebem um leve aumento na temperatura quando os bebês estão nascendo os primeiros dentinhos, entre 6 meses e 2 anos de idade.
Sinais de erupção dentária:
- Febre baixa (até 37,8°C)
- Salivação excessiva
- Irritabilidade
- Gengivas inchadas e vermelhas
Atenção: se a febre ultrapassar 38°C, provavelmente não está relacionada ao nascimento dos dentes e pode indicar outra condição.
Doenças inflamatórias e autoimunes
Embora menos comuns, algumas condições inflamatórias podem causar febre recorrente em crianças.
Exemplos:
- Doença de Kawasaki: febre persistente por mais de 5 dias, conjuntivite e erupção cutânea.
- Artrite idiopática juvenil: febre prolongada, dor e inchaço nas articulações.
Nestes casos, um acompanhamento médico especializado é fundamental.
Exposição ao calor e desidratação
A febre pode surgir quando o corpo tem dificuldade de regular a temperatura devido ao calor excessivo.
Fatores de risco:
- Ambientes muito quentes
- Roupas em excesso
- Falta de hidratação adequada
Alerta para insolação: se a criança estiver com febre, pele quente e avermelhada, confusão mental ou vômitos, é essencial procurar atendimento médico imediatamente.
O que é bom para abaixar a febre naturalmente?
Além dos medicamentos indicados pelo pediatra, algumas medidas naturais podem ajudar a reduzir a febre e proporcionar mais conforto à criança.
Métodos naturais para aliviar a febre
- Hidratação: ofereça bastante água, sucos naturais e leite materno para evitar a desidratação.
- Banho morno: ajuda a refrescar o corpo sem causar arrepios. Nunca use água gelada.
- Roupas leves: evite agasalhar demais a criança, pois isso pode aumentar a temperatura corporal.
- Compressas úmidas: aplicar panos úmidos na testa, axilas e virilha pode ajudar a dissipar o calor.
- Ambiente arejado: mantenha o quarto bem ventilado e confortável, sem correntes de ar frio.
Evite métodos perigosos
- Não use álcool para esfregar a pele, pois pode ser tóxico.
- Não mergulhe a criança em banhos frios ou gelados, pois isso pode causar choque térmico.
Se a febre persistir ou for muito alta, procure um médico para avaliar a causa e indicar o melhor tratamento.
Conclusão
A febre infantil é, na maioria das vezes, uma resposta natural do organismo a infecções e tende a se resolver espontaneamente. No entanto, é essencial que os pais fiquem atentos aos sinais de alerta e procurem atendimento médico quando necessário para garantir a saúde e o bem-estar da criança.
Se seu filho está com febre e você tem dúvidas sobre quando buscar ajuda, não espere! Agende agora mesmo uma consulta com um pediatra na Pedy Plus e receba atendimento rápido e especializado para garantir a saúde do seu pequeno.